Como se não houvesse mais fôlego para o suspiro, pari dramas silenciosamente. Havia algo de penoso no lúdico olhar do louco. Astúcia em doses doces, gotículas homeopáticas anti-tranquilizantes.
Promoveu-se tanta desordem que o caos se apropriou dos sentidos rangendo os dentes. A aparência que apreendia das coisas era imperfeita naquele instante.
Busquei pensar fora da máscara e promovi um festival de mitos indizíveis, relatando cenas mudas em ondas dissonantes, capazes de perfurar tímpanos com verdades assustadoras.
Camuflei um sorriso no largo lago de lágrimas e fingi estar longe dos espelhos, nua. Estátua viva, disse com olhos de quem tudo diz, a minha vontade de desaparecer com tudo numa reza.
Foi aí que o meu corpo ardido ventou forte, e quando quase descontrolado voou, retornei brisa.
Naquele momento poupei palavras. Tudo não passara de fantasia. Tudo cenário bordado do meu conto encantado. Era semelhança e farsa. Julgamentos baseados em nada (real).
Eu-pedra, eu-mármore, eu-carne.
Barbara-Ella
Março 2011
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